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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

ORTOGRAFIA NAS ESCOLAS


De acordo com Morais (2010), a ortografia é uma invenção recente na Língua Portuguesa. Foi no século XX que se fixaram as normas ortográficas no Brasil e em Portugal, mas as ortografias desses países não são iguais. É por isso que foi assinado um acordo nos últimos anos para unificar as normas ortográficas.
Segundo Morais (2010, p.28), “a ortografia é uma convenção social cuja finalidade é ajudar a comunicação escrita”. As pessoas de diferentes regiões, que pertencem aos diversos grupos socioculturais ou nascidas em épocas diferenciadas, falam as mesmas palavras de formas diferentes. Sendo assim, não pode ser constatado que existe uma única forma de pronunciar corretamente as palavras, pois a fala se difere da forma escrita.
Assim, a ortografia tem que ser ensinada na escola para que os alunos aprendam a grafia correta das palavras de forma padrão, e para que num momento posterior, os educadores possam verificar se os alunos aprenderam. No entanto, o que ocorre normalmente nas escolas é:

[...] a escola cobra do aluno que ele escreva certo, mas cria poucas oportunidades para refletir com ele sobre as dificuldades ortográficas de nossa língua. Creio que é preciso superar esse duplo desvio: em vez de se preocupar mais em avaliar, em verificar o conhecimento ortográfico dos alunos, a escola precisa investir mais em ensinar, de fato, a ortografia. (MORAIS, 2010, p. 25)
O PCN de Língua Portuguesa (BRASIL, 2001, p.84) nos traz a seguinte reflexão “ainda que tenha um forte apelo à memória, a aprendizagem da ortografia não é um processo passivo: trata-se de uma construção individual, para a qual a intervenção pedagógica tem muito a contribuir”. Sendo assim, a ortografia é um conteúdo como qualquer outro a ser trabalhado, ensinado aos alunos, e não apenas cobrado.
Arthur Gomes de Morais (2010) destaca que na aprendizagem da ortografia, primeiramente há a apropriação do sistema alfabético pela criança, a qual elabora conhecimentos referentes ao funcionamento da escrita, como exemplos: as letras que são permitidas utilizar na língua portuguesa, as letras que possuem representação sonora nas sílabas que compõem as palavras.
Morais (2010, p. 28) afirma:
[...] o conhecimento ortográfico é algo que a criança não pode descobrir sozinha, sem ajuda. Quando compreende a escrita alfabética e consegue ler e escrever seus primeiros textos, a criança já aprendeu o funcionamento do sistema de escrita alfabética, mas ainda desconhece a norma ortográfica.
Por isso, é muito visível que, no início da escrita pelos alunos, muitos erros ortográficos apareçam. Estes precisam ser compreendidos pelo educador, pois indicam que o aluno necessita de ajuda para entender a escrita, pois também o erro revela vários níveis de conhecimento.

REFERÊNCIAS
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. 3.ed. Brasília: A Secretaria, 2001. 144p.
MORAIS, Artur Gomes de. Ortografia: ensinar e aprender. São Paulo: Ática, 2010.

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