Segundo Cagliari (1987) de acordos com fatos comprovados historicamente a escrita surgiu da urgência das pessoas se comunicarem umas com os outras. Estudando atenciosamente o sistema da escrita veio à tona a preocupação em decifrar e entender o código. Com a invenção da escrita surgiu também a invenção das regras de alfabetização, ou seja, não adiantaria criar símbolos para registrar ou comunicar algo, era necessário ensinar como decifrar esses símbolos.
Na antiguidade, as crianças aprendiam copiando o que já estava escrito, começavam com palavras e depois passavam para textos mais longos, não era algo importante frequentar uma escola para aprendê-lo. Segundo CAGLIARI (1998: p. 15) “a curiosidade, certamente, levava muita gente a aprender a ler para lidar com negócios, comércios e até mesmo para ler obras religiosas ou obter informações culturais da época”. A alfabetização dava-se com a transmissão de quem possuía conhecimentos da escrita para quem queria aprender.
Com o desenvolvimento do capitalismo industrial veio à revolução tecnológica, e o início de uma nova economia, resultante da industrialização a migração do campo para as cidades aumentou, assim necessitando de uma educação que preparasse as pessoas para a Mão de obra industrial e com essa exigência econômica a escola é obrigada a preparar a população para o mercado de trabalho oferecendo condições para se adequarem ao capitalismo. Assim a aprendizagem da leitura e da escrita tomou outro rumo. O uso da escrita na sociedade cresceu de modo significativo com a invenção de livros e de máquinas. Após a revolução Industrial e Francesa a alfabetização se tornou indispensável para a sociedade em geral.
Com isso, a escola tem a responsabilidade de alfabetizar as crianças. Surgiam então os métodos como forma de ensinar as crianças a escreverem. Porém enquanto as pessoas pobres trabalhavam para poderem sobreviver, a alta sociedade tinha acesso garantido para frequentar a escola.
Os métodos se desenvolveram também da maneira como a sociedade se organizava. Cada sistema veio colaborar com uma nova perspectiva da educação da sua época. Por isso, quando estudamos e analisamos alguns processos de alfabetização devemos conhecer um pouco da sua história e quando esse sistema começou e qual necessidade ele veio atender.
Falar sobre métodos
Até pouco tempo acreditava-se que o processo de alfabetização se resumia em um simples ato de decodificação de símbolos, onde se utilizava metodologias nas quais não se considerava o entendimento das crianças sobre o que era ensinado, também se dava pouco valor às práticas que eram utilizadas para que o aprendizado acontecesse.
Para Cagliari,
No processo de alfabetização, a leitura precede a escrita. Na verdade, a escrita nem precisa ser ensinada se a pessoa souber ler. Para escrever, uma pessoa precisa, apenas, reproduzir graficamente o conhecimento que tem de leitura. Por outro lado, se uma pessoa não souber ler, o ato de escrever será simples cópia, sem significado. (Cagliari, 1994, apud Massini-Cagliari,1994, p. 26)
Por isso, acredita-se que a leitura e a escrita sejam a porta de entrada para a inserção na sociedade letrada em que vivemos atualmente, porque, é a partir dessas habilidades adquiridas desde a Educação Infantil, que as crianças se apropriam dos saberes acumulados pela humanidade, tornando-se seres globalmente sociais.
As tradicionais formas de alfabetização utilizadas pelos professores consistem em um método no qual este transmite seus conhecimentos aos alunos. Porém, muitas vezes, estes professores não se encontram capacitados a compreender algumas das dificuldades que as crianças enfrentam antes de virem a entender o real sentido da leitura e da escrita.
As práticas de aprendizagem muitas vezes se iniciam baseadas em uma junção de sílabas, em memorização de sons, cópia e decifração. Para que o processo de alfabetização aconteça com sucesso, nos anos iniciais, algumas propostas deveriam ser aderidas, como a aceitação de que cada criança pode sim produzir e interpretar escritas, cada uma no nível em que se encontra. Também que a interação da criança com a leitura e a escrita se desse nos mais variados contextos, permitindo que esta tenha acesso a escrita do seu nome o quanto antes possível, e não esquecendo que a correção ortográfica neste primeiro momento, não apresenta grande importância.
Pode se considerar, então, que a alfabetização é a construção de um conceito de que ler e escrever tem suporte na criatividade e no raciocínio de cada educando, mas que também se estrutura nas relações sociais e afetivas. Assim sendo, no contexto da alfabetização, é fundamental conceituarmos duas abordagens: uma que visa o processo de aquisição da linguagem e da escrita e outra que visa o real significado da alfabetização.
Levando em conta as questões abordadas até aqui e também a importância dos métodos de utilizados para a aquisição da alfabetização, buscou-se, a partir da pesquisa desenvolvida, bem como os questionários aplicados aos professores, analisar quais os métodos utilizados e entender como ocorre este processo no cotidiano escolar.
Ler e escrever são atividades da alfabetização que devem ser conduzidas paralelamente. Porém, costuma-se valorizar mais à escrita do que à leitura. Pode-se relacionar isso, ao fato de que, as escolas acreditam ser mais fácil a avaliação de um aluno pelos seus erros e acertos, o que fica de difícil identificação num processo somente de leitura.
Os métodos de alfabetização, responsáveis pela aquisição da leitura e da escrita devem ser tomadas como uma prática social a ser devidamente incorporada na vida cotidiana de cada indivíduo, cujos aprendizados iniciam na escola, e jamais se encerram nos limites da experiência acadêmica.
GENTE AS LETRAS PODERIAM SER POSTAS EM UMA COR MENOS RELUZENTE, POIS O CONTEÚDO É BOM, MAS PARA QUEM TEM PROBLEMA DE VISTA A LEITURA TORNA- SE MUITO RUIM.
ResponderExcluirVerdade, concordo plenamente com você.
Excluirmuito bom ajudou muito
ResponderExcluirEstá me ajudando muito, obrigada!
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